A crença religiosa em seu nível mais profundo, é também inevitavelmente principio de liberdade. Quem defende sua fé, defende a própria liberdade e, ao menos implicitamente a fé de todos os demais. Liberdade em relação a que e por quê? Liberdade em relação a um controle que, de algum modo, não é imanente e pessoal, não é um poder baseado no amor. A fé religiosa neste sentido mais elevado é sempre uma libertação de um controle exercido por algo inferior ao homem ou exterior ao homem. A quem recebe a graça desse género de iluminação religiosa é dada uma liberdade e uma experiência que o tornam não mais inteira e completamente sujeito as forças da natureza, às próprias necessidades corporais e emocinais, aos ditames meramente externos e humanos da sociedade, da tirania das ditaduras. Quer isso dizer que sua atitude de vida é independente do poder inevitavelmente sobre ele exercido, externamente pelas forças naturais, pelas tribulações e os acidentes da vida, pelas pressões provindas de uma coletividade nem sempre racional.
Thomas Merton em Reflexoes de um Espectador Culpado, Editora Vozes, 1970
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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