sexta-feira, 25 de março de 2011

Oração de um Soldado Desconhecido

Escuta Deus: jamais falei contigo; hoje quero saudar-te: bom dia, como vais?
Sabes? Disseram que tu não existes e eu, tolo, acreditei que era verdade.
 Nunca havia reparado a Tua Obra; ontem a noite, da trincheira rasgada por granadas, vi o teu céu estrelado e compreendi, então, que me enganaram!
 Não sei se apertarás a minha mão; vou te explicar e hás de compreeender. É engraçado! Neste inferno hediondo, achei a luz para enxergar o teu rosto – dito isto, já não tenho muita coisa a te contar... só que...tenho muito prazer em te conhecer.
 Faremos um ataque a meia noite; não sinto medo, Deus, sei que tu velas! Há...é o clarim! Bom Deus, devo-me ir embora.
Gostei de ti, vou ter saudade... Quero dizer...será cruenta a luta, bem o sabes e esta noite, pode ser que eu vá bater à sua porta! Muito amigos não fomos é verdade....mas sim, estou chorando! Vês, Deus, tenho que ir... sorte é coisa bem rara, Juro porém: já não receio a morte!
Este poema foi encontrado no bolso de um soldado americano,
morto em combate, estraçalhado por uma granada.
Restara apenas, intacta, esta folha de papel... 

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