Houve uma grande
perseguição de cristãos no tempo do reinado de Décio. O imperador em pessoa
viajou a Éfeso, onde realizou uma tumultuosa e barulhenta celebração em honra
dos ídolos sem vida – como também, uma matança desumana de cristãos. Sete
jovens soldados, todos soldados, absteram-se da impura oferenda de sacrifícios.
Eles oraram fervorosamente ao único Deus para que o povo cristão fosse salvo.
Eles eram filhos dos anciães mais influentes de Éfeso, e estes eram seus nomes:
Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dinís, Constantino e Antonino. Tendo
sido acusados diante do imperador, os jovens refugiaram-se numa colina fora de
Éfeso, chamada Celion, onde se esconderam numa gruta.
Quando o imperador tomou
conhecimento disso, ele ordenou que um muro fosse erguido a fim de obstruir
definitivamente a entrada da gruta. Todavia, Deus – de acordo com Sua
Providência que atinge os confins do universo – realizou um grande milagre: um
longo sono caiu sobre os jovens. Os cortesãos imperiais Teodoro e Rufino (eles mesmos
eram cristãos em segredo) confeccionaram uma caixa de couro e depositaram-na
dentro do muro. Esta caixa continha placas de chumbo sobre as quais estavam
registrados os nomes dos sete rapazes e as mortes martíricas do reinado de
Décio. Passaram-se mais de duzentos anos.
No reinado do Imperador Teodósio, o
Grande, surgiu uma calorosa discussão sobre a ressurreição dos mortos, e houve
alguns que passaram a duvidá-la. O Imperador Teodósio agoniava-se em grandes
aflições em resultado dessa disputa entre os fiéis e orou a Deus para que Ele,
de algum modo, revelasse a verdade aos homens.
Por conseguinte, alguns pastores
de Adolius, que eram proprietários da colina de Ceilon, estavam construindo
cercas para suas ovelhas, utilizando pedras da gruta. Eles removiam pedra por
pedra. Subitamente, os jovens despertaram de seu sono, tão joviais e sadios
como no dia em que adormeceram. Notícias deste milagre espalharam-se em todas
as direções, tanto que Teodósio em pessoa chegou acompanhado de um grande
séqüito e conversou, para seu deleite, com os jovens.
Após uma semana, eles
mais uma vez e profundamente repousaram no sono do qual haviam despertado, a
fim de aguardarem a Ressurreição Geral. O Imperador Teodósio quis que seus
corpos fossem depositados em caixões de ouro, mas eles lhe apareceram em sonhos
e disseram-lhe para deixarem os corpos na terra, onde eles haviam jazido.
Hino de Louvor
Quando os últimos raios
de sol ruborizavam o oeste
A Deus, oravam os Sete
Jovens
Para que na manhã eles
pudessem encontrar-se mais uma vez sãos e salvos;
Porém, perante o
Imperador foram trazidos para tortura,
E deitaram-se para
dormir longa, bem profundamente.
O tempo caminha a largos
passos.
Numa manhã, o sol
ergueu-se no leste,
E os Sete acordaram de
seu profundo sono.
Então, Jâmblico, o mais
jovem, correu para Éfeso,
Para ver, ouvir e
indagar de tudo:
Décio ainda não os
caçava para matá-los?
E foi comprar pão para
os Sete.
Mas, vede a maravilha:
este não é o mesmo portão!
E como diferente está a
cidade!
Por todos os lados,
belas igrejas, domos e cruzes!
Jâmblico perguntou a si
mesmo: Não serão sonhos?
Nenhuma face familiar,
nenhum conhecido em nenhum lugar:
Não há mais
perseguidores, não há mais mártires!
“Dizei, irmãos, o nome
desta cidade,
E dizei-me o nome do
imperador que agora reina,”
Indagou Jâmblico. O povo
olhou para ele,
E ele foi alvo de muita
especulação!
“Esta cidade é Éfeso,
como sempre fora;
O Imperador Teodósio
agora reina em Cristo!”
Ouviu isto o procônsul,
assim como o bispo dos cabelos grisalhos;
Perplexa ficou toda a
cidade, e todos correram para a gruta,
Vendo o milagre,
glorificaram a Deus
E os ressuscitados
servos do Cristo Ressuscitado.
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